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O Legado de Luiz Barci: A Filosofia que Pode Mudar Sua Relação com o Dinheiro

Em uma rara entrevista, Luiz Barci revela os segredos que o levaram à aposentadoria em apenas 8 anos. O investidor discorre sobre a importância de focar em empresas com longevidade e perenidade, explica a diferença crucial entre ser “dono” e “parceiro” de uma empresa e o porquê de os dividendos serem uma recompensa pela quantidade…

Quantos de nós já sonharam em parar de trabalhar e viver de renda? Para a maioria, parece um objetivo distante, quase inatingível. Mas para o lendário investidor Luiz Barci, não apenas é possível, como ele transformou a sua própria história em um roteiro prático para a liberdade financeira. Em uma entrevista ao BTG, Barci revelou os pilares de sua filosofia de investimento e como a disciplina e o foco em empresas de qualidade foram a chave para atingir a aposentadoria em apenas oito anos.

Neste artigo, vamos mergulhar na essência da “Estratégia Barci”. Analisaremos como ele se tornou o maior acionista pessoa física do Banco do Brasil, a importância de buscar a perenidade em projetos e a sua tese sobre o óbvio, uma abordagem que, segundo ele, a maioria dos brasileiros ignora em busca de fantasias.

De Sonho a Realidade: A História por Trás da Aposentadoria em 8 Anos

A narrativa de Luiz Barci é um poderoso testemunho da eficácia do investimento de longo prazo. Em sua entrevista, ele compartilha que, ao comprar ações com foco na geração de renda passiva, ele alcançou a liberdade financeira em menos de uma década. Ele usou a estratégia de comprar “projetos de empresas com estruturas futuristas” e perenidade na economia. Essa abordagem, conhecida como buy-and-hold, visa manter ativos por um longo período, ignorando as oscilações de curto prazo do mercado e focando na capacidade da empresa de gerar lucro e riqueza para os seus acionistas.

Barci enfatiza que, para atingir esse objetivo, é preciso “investir na geração de riqueza” de forma consistente. O investidor não deve procurar ativos que prometem retornos rápidos e milagrosos, mas sim projetos de alta qualidade que consigam manter sua sustentabilidade na economia e, assim, possam gerar e distribuir riqueza de forma recorrente. A sua jornada, de forma consistente, prova que o tempo e a disciplina são aliados mais importantes do que a busca por atalhos.

A Lógica por Trás do “Parceiro” e a Busca pelo Óbvio

Uma das lições mais valiosas de Barci é a distinção entre ser um “dono” e um “parceiro” de uma empresa. Ele questiona a mentalidade de muitos investidores que fantasiam ser donos de gigantes como o Banco do Brasil. “Eu tenho condições de ser dono? Não. Então eu posso ser parceiro? Pode”, ele reflete. A partir dessa premissa, Barci se dedicou a ser parceiro de grandes empresas, e a sua disciplina o levou a se tornar o maior acionista pessoa física do Banco do Brasil.

Essa abordagem se conecta diretamente à sua tese sobre o óbvio. Barci lamenta que a maioria dos brasileiros, por uma série de circunstâncias, “desenvolve a fantasia” em vez de focar na lógica. O óbvio, para ele, é a constatação de que não é preciso ser um bilionário para se associar a empresas sólidas e bem-sucedidas. A mentalidade de parceiro é focada em usufruir dos benefícios gerados pela empresa (os dividendos) e não no controle ou na posse total. Ele reitera a necessidade de um investidor ser disciplinado, seguir parâmetros e ter paciência para colher os frutos da sua dedicação.

O Dividendo é por “Quantidade Possuída”, não por Valor Aplicado

Outro conceito central na filosofia de Barci, e que muitas pessoas não conseguem entender, é que “dividendo você ganha por quantidade possuída, não por valor aplicado”. Ele usa a sua experiência com a Klabin como um exemplo prático dessa lição. Segundo ele, o mercado frequentemente ignora essa assimetria.

A ideia é que, ao longo do tempo, o reinvestimento dos dividendos e o foco em acumular um maior número de ações de uma boa empresa são o que realmente impulsiona a renda passiva. O preço de uma ação pode flutuar, mas a quantidade de ações que você tem é o que determina a sua fatia nos lucros da empresa. Ele exemplifica que, mesmo com a Klabin pagando um dividendo menor por ação em determinados momentos, o seu retorno total em dividendos era expressivo, justamente porque ele possuía uma grande quantidade de ações. Esse é o ponto que o investidor de longo prazo precisa entender: o foco não é no preço, mas na multiplicação da base de ativos para gerar mais renda no futuro.